O que é DRE e qual sua importância no sucesso de uma empresa?
04 de Março de 2020, 10:12
Entenda a importância dele no sucesso de uma empresa.
A Demonstração do Resultado do Exercício – DRE – é um relatório contábil que evidencia se as operações de uma empresa estão gerando um lucro ou prejuízo, considerando um determinado período de tempo.
A DRE é confeccionada junto com o Balanço Patrimonial, e deve ser assinada por um contador habilitado pelo CRC (Conselho Regional de Contabilidade). Pela lei, o relatório é obrigatório para todas as empresas, exceto o MEI, e deve ser feito anualmente (após o encerramento do ano-calendário, que é o período compreendido entre janeiro e dezembro de um mesmo ano).
No entanto, a importância desse documento vai além do cumprimento das exigências contábeis e fiscais. Ter este controle também é essencial para o sucesso do seu negócio.
Quer entender melhor sobre o papel da DRE no cotidiano da sua empresa? Vamos lá!
Para que serve a DRE?
A DRE é uma grande aliada do empreendedor. Por isso, saber usá-la é tão importante para a administração da sua empresa. Esse relatório confronta os dados das receitas e das despesas do negócio, mostrando o resultado líquido do seu desempenho e detalhando a real situação operacional de um negócio.
Ao utilizar esse controle também como relatório gerencial, você poderá avaliar como anda a saúde financeira da sua empresa e, assim, usar as informações para tomar decisões que irão reduzir gastos e fazer seu negócio faturar mais.
Além disso, a DRE é um documento importante para agentes externos à empresa. O governo utiliza o relatório para verificar se os impostos foram calculados corretamente, e faz o confronto do lucro declarado na DRE com os lucros declarados pelos sócios no IRPF.
A declaração ainda costuma ser fundamental na hora de conseguir uma ajudinha extra. Bancos e analistas financeiros podem requerer o demonstrativo para avaliar a situação do negócio e decidir se darão crédito ou não ao solicitante; enquanto eventuais investidores irão analisá-lo para ter mais segurança ao aplicar seu dinheiro.
Legalmente, o demonstrativo deve ser feito a cada ano. Porém, a empresa pode optar por realizá-lo mensalmente como um relatório gerencial para melhor acompanhamento da gestão – ou trimestralmente, considerando as obrigações fiscais.
Como fazer um DRE?
Como já informamos, a DRE somente pode ser realizada através de um contador habilitado junto ao CRC e a sequência de informações nela seguem um padrão quando feitas para cumprimento legal, independentemente do porte ou da natureza do negócio. De acordo com a Lei 6.404/1976, Artigo 187 (e sua modificação pela Lei 11.638/2007), os dados detalhados na demonstração devem ser:
1 – A receita bruta das vendas e serviços prestados, incluindo as deduções das vendas, os abatimentos e impostos;
2 – A receita líquida das vendas e serviços, com o custo dos produtos e serviços comercializados, e o lucro bruto;
3 – As despesas com as vendas, as despesas financeiras (deduzidas das receitas), e as despesas operacionais, administrativas e gerais;
4 – O lucro ou prejuízo operacional, além de outras receitas e despesas;
5 – O resultado do exercício antes do Imposto de Renda e a provisão para esse imposto;
6 – Os valores relacionados às debêntures, aos funcionários, administradores e outros beneficiários, mesmo que na forma de instrumentos financeiros, às instituições, aos fundos de assistência ou à previdência de empregados – os quais não são classificados como despesas;
7 – O lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.
Sendo assim, vários cálculos devem ser considerados na hora de fazer sua DRE. Vamos explicar alguns deles:
Receita de vendas: compreende todas as vendas realizadas pela empresa, seja de produtos ou serviços. Importante destacar que não devem ser lançadas na receita apenas as vendas com entrada de dinheiro em caixa, o conceito de receita se remete à prestação efetiva do serviço ou venda da mercadoria, independente do momento do recebimento pelo seu pagamento.
Impostos e deduções: são detalhadas todas as tributações que incidem nas vendas, como a DAS, ICMS, ISS, entre outras. Aqui também temos o conceito da incidência e não do pagamento, ou seja, serão escrituradas na DRE todos os impostos devidos, independente de terem sido pagos ou não. Ainda deverão ser considerados os tributos calculados sobre o lucro, como o Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). As demais deduções a serem lançadas são as vendas canceladas, devoluções e descontos concedidos, quando ocorrerem.
Receita líquida: equivale a receita bruta menos os impostos e deduções.
Custos de venda: implicam em todo o valor investido para comprar e vender a mercadoria que será revendida ou para prestar o serviço ao cliente. Algumas vezes o conceito de custos parece vago então vamos aos exemplos:
a) se a empresa é de engenharia e é contratada para fazer a planta de um edifício, e para fazer esta planta ela precisa de um software, então o valor gasto no software é um custo para a empresa. Já se a empresa tem um software de controle financeiro, este então é uma despesa, pois ele não é utilizado para a realização da prestação do serviço.
b) se a empresa é de comércio, todo o valor gasto na aquisição das mercadorias é um custo, como o frete, pedágios, entre outros. Se a empresa tiver funcionários, os vendedores são um custo, já quem faz a parte administrativa, como departamento financeiro e rh são despesas.
Lucro Bruto: equivale a receita líquida menos os custos.
Despesas: são todos os gastos que não são custos, necessários para manutenção da atividade da empresa, tais como conta de luz, internet, aluguel, entre outros. Elas podem se dividir entre despesas com venda, administrativas, operacionais, conforme organização e controle de cada empresa.
Lucro Operacional: equivale ao lucro bruto menos as despesas.
IRPJ e CSLL: estes impostos ficam isolados dos demais por incidirem diretamente sobre o lucro das empresas, contudo isso não se aplica aos optantes do Simples Nacional, uma vez que os mesmos acabam incidindo também sobre a receita bruta.
Receitas e Despesas não operacionais: podem ocorrer receitas não relacionadas a atividade principal da empresa, como por exemplo, a venda de um ativo imobilizado ou o recebimento de algum prêmio dos sistemas de nota fiscal pelo país, entre outros. Neste caso essa receita é isolada das demais para que fique claro na DRE o que a empresa obteve através da sua atividade principal apenas; da mesma forma as despesas não operacionais também ficam isoladas, para que o leitor da DRE compreenda que tais eventos não fazem parte da atividade principal, e muitas vezes, da rotina da empresa. São exemplos de despesas não operacionais multas ambientais, de trânsito ou quaisquer outras multas recebidas; despesas com confraternizações, doações concedidas, entre outros.
Receitas e Despesas Financeiras: também ficam isoladas em um grupo específico dentro da DRE para que não prejudique a leitura do resultado operacional. São exemplos de receitas financeiras os rendimentos de aplicações e descontos obtidos; já despesas financeiras são multas e juros pagos por atraso no recolhimento de impostos e fornecedores e despesas bancárias para manutenção de serviços, entre outros.
Resultado do exercício: é o lucro ou prejuízo apurado após o lançamento de todas as receitas e despesas elencadas acima. Havendo lucro, este poderá ser distribuído aos sócios ou acionistas, e ser declarado nos respectivos IRPFs dos mesmos.
Em resumo, para fazer corretamente a DRE com finalidade de cumprimento legal, diversos controles, relatórios e cálculos deverão ser efetuados. Isto dito, guarde todos os comprovantes relacionados à sua empresa e acompanhe os registros do seu contador em cada processo.
No entanto, se você precisa de um relatório para controle gerencial, não é necessário seguir fielmente esse modelo. Considere a natureza do seu negócio e adapte esse documento à realidade da sua empresa. Seu contador poderá te ajudar nessa tarefa.
Conclusão: utilize esse relatório!
Ao aprender a fazer a leitura da sua DRE, é possível visualizar a saúde do seu negócio com maior facilidade e precisão. Assim, na hora de tomar decisões, você terá dados confiáveis para saber se está no momento de cortar gastos com algo específico ou se é possível usar o lucro para investir ainda mais no seu negócio – como vender uma nova linha de produtos ou serviços, comprar novos equipamentos e materiais ou até mesmo abrir novas lojas com o objetivo de expandir sua marca.
Um bom serviço de contabilidade irá fazer os cálculos corretamente e considerar todos os itens que são exigidos na DRE da sua empresa. Para tornar o processo ainda mais prático, conte com a contabilidade online para modernizar e facilitar as operações contábeis da sua empresa.
Fonte: https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/o-que-e-dre-para-que-serve/
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